quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Bons Livros....(35)

O ANO EM QUE TRAFIQUEI MULHERES
Antonio Salas (2007)

Hábitos: viver em risco...
Caiu em minhas mãos mais um livro sobre o lado marginal da existência humana. Em O ano em que trafiquei mulheres, Salas mergulha mais uma vez no submundo, sem temor nem culpa.
Todo ano centenas de garotas saem de países como Brasil, Rússia, Colômbia, Nigéria, Argentina, Serra Leoa e outros, e vão engrossar o caldo da prostituição na Europa. E em termos de prostituição a Espanha realmente dá um nó em qualquer lugar.
Virar prostituta aos 15 ou 16 anos porque quer mudar de vida já algo ruim e traumatizante para uma garota. Então o que vocês acham de meninas que ou são vendidas pelas próprias famílias ou viajam com a intenção de ser babás em casas de família e descobrem-se presas a redes de sexo pago? A partir daí viram escravas sexuais em pleno século XXI e em países que são a luz do mundo. Pois esta verdade incômoda é que levou o já polêmico autor de A agenda de Virgínia e Diário de um Skin Head de volta à noite.
Salas, durante um ano, se fez passar por dono de alguns bordéis em Valência e conseguiu entrar para este mundo fechado à sete chaves e expor traficantes, negociadores, proprietários de boates e todo o tipo de gente. O autor conseguiu a proeza de poder comprar programas com atrizes famosas e ex integrantes do Big Brother europeu. E foi mais longe, chegou a comprar uma menina africana, Suzi e seu filho de 2 anos de idade de um dos maiores traficantes de carga humana da Espanha.
Em O ano que trafiquei mulheres fazemos uma viagem assustadora pelas vias do sexo nas noites das metrópoles ou dos estilosos balneários espanhóis onde políticos, jogadores de futebol, atores e cantores de fama buscam satisfação com mulheres lindas e infelizes. Muitas delas presas por dívidas de 25 mil euros que nunca vão conseguir pagar a seus donos e pelas ameaças de morte contra suas famílias nos países de origem.
Antonio Salas mais uma vez mostra aos leitores interessados uma realidade podre. Onde a noite pode ser um sonho ou um pesadelo...tudo só depende de que lado você está.
Maravilhoso testemunho da brutalidade humana.

PS: Antonio Salas, pseudônimo de um conhecido jornalista investigativo, teve o sangue frio de se sentar e barganhar por essas meninas ? que diariamente têm suas integridades feridas ? engolindo a impotência e a cólera diante do fato de que em pleno século XXI seja possível comprar e vender pessoas para explorá-las sexualmente. Entretanto, ele queria ir a fundo no assunto. Precisava prová-lo e, para isso, durante um ano, o autor de Diário de um Skinhead: um Infiltrado no Movimento Neonazista, se fez passar por traficante de mulheres em busca de pistas para montar o quebra-cabeça que este livro desvenda: o sórdido e miserável mercado do sexo. Ao passar por diversas experiências, Salas montou esse sensacional relato sobre uma realidade tantas vezes deixada de lado pela sociedade.

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