DIÁRIO DE UM SKINHEAD
ANTONIO SALAS (2009)
Apesar de achar o assunto bem relevante não tinha tido um contato muito aprofundado antes pois nunca entendi esses brasileiros e muitos estrangeiros que se dizem skinheads sendo que nunca nem em mil anos poderiam ser considerados "A raça pura e superior" - mas cada um faz o que quer né. Nesse livro mesmo mostra o preconceito que existem entre os grupos - os espanhois acham que os sul-americanos são a escória do mundo, sendo que pelo visto muitos grupos neo de outros países europeus também não aceitam os espanhóis como raça pura e nesse momento eu senti uma falta de noção do autor - que deixou claro que não concorda. Durante a narração são apresentadas as várias situações que o jornalista teve que criar para poder ganhar terreno dentro do grupo; o contato foi iniciado na internet em fóruns e chats, depois conheceu os primeiros skins e começou a visitar bares/festas, lojas e livrarias do movimento o que foi ajudando ele conseguir contatos com grupos de outros países - juntou todo tipo de material possível, inclusive fotos e ingressos que os skins ganham para os jogos de futebol, além do grupo em que conseguiu se infiltrar ele conheceu de perto algumas skins girls (garotas do movimento) e suas metas, uma torcida organizada (e suas regalias providas pelos clubes) e os grupos de pessoas que aparentemente largaram o movimento (mas na verdade se mantém na surdina, abandonando apenas a "moda" - essa que parece ser muito importante, e eu achando que o principal era a ideologia). Bom ... achei a leitura interessante, o que me incomodou foi o fato de que o texto é um pouco massante - o autor poderia ter adicionado a lista de nomes, endereços, nº de documentos em um anexo no fim do livro - fora que ele lembra muitas vezes como foi perigosa essa empreitada e como ele é o único que fez isso na Espanha, além de dizer bastante também que ele esta trabalhando sozinho e que pode se dar muito mal fazendo isso - acho que dizer uma vez era suficiente - outra coisa irritante foi os momentos que ele relutou em se dedicar mais ao serviço que se propôs e também quando demonstrou uma falta de imparcialidade pendendo muito para os skins. Acho que era isso ... é sempre bom ver os assuntos por outros ângulos só achei difícil aceitar esses "revolucionários" quando eles não tem um argumento aceitável para te convencer e quando nem os participantes se enquadram nas "regras", viva a liberdade (e as diferenças) então - só é bom não esquecer que ela acaba quando invade a de outro.
PS: O surpreendente testemunho de um infiltrado em movimentos de extrema-direita sobre o funcionamento e financiamento (por empresas, clubes de futebol, etc) de grupos neo-nazis.
Diário de Um Skin é a confissão autêntica de quem conseguiu, pela primeira vez, infiltrar-se, sem levantar suspeitas, num grupo tão perigoso como este que não perdoa qualquer tipo de erro. Munido de uma câmara oculta e protegido por uma identidade falsa, construiu uma personagem suficientemente credível que lhe permitiu ganhar a confiança dos seus pares e viver durante algum tempo dentro da terrível realidade dos cabeças-rapadas.
O orgulho e os sentimentos de ódio dos ultra, os actos violentos em que participam, a sua implicação nas querelas futebolísticas e as suas alianças com grupos internacionais através da Internet são, entre outros, os temas através dos quais se desenvolve este relato.
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