ROCK IM RIO
A HISTÓRIA DO MAIOR FESTIVAL DE MUSICA DO MUNDO
LUIZ FELIPE CARNEIRO (2011)
O livro perfaz o caminho trilhado pelos organizadores do festival, desde a primeira idéia de se fazer um evento no Brasil que renascia na Nova República, após o longo período em que esteve mergulhado na ditadura militar. Sempre traçando um paralelo entre os ares de renovação política e o surgimento do Brasil como cenário para shows internacionais: o nosso país entrando parao o circuito internacional do show business.
Não precisa ser grande conhecedor de rock para se ter noção de que em 1985 o Brasil era praticamente um território desconhecido para os artistas internacionais.
Fora um ou outro artista de grande peso que visitou o Brasil (Frank Sinatra veio ao Rio e lotou o Maracanã, em 1980), não existia por aqui uma tradição para: 1) Receber artistas estrangeiros; 2) Infraestrutura para acolher um festival desse porte. Em 1982 o Kiss teve parte de sua parafernália musical extraviada . No mesmo ano o The Police levou calote por um show apresentado no Maracanãzinho, o que se repetiu no ano seguinte, com Van Halen.
O próprio Queen, em 1981, já com apresentação fechada e contratada para tocar no Maracanã, fora proibido pelo então governador Chagas Freitas - por puro capricho. Com isso, era tarefa árdua dar credibilidade a um evento que surgiu do nada na Ilha Pura, em Jacarepaguá. O Queen e o Iron Maiden, que foram duas das grandes atrações do Rock in Rio 1, em 1985, inicialmente nem quiseram conversar com Roberto Medina. Com muito custo, e com a luxuosa ajuda de Lee Solters, empresário de Sinatra, os artistas iam aceitando os convites e por fim, as principais bandas acreditaram no projeto de Medina. Um tiro no escuro que acabou dando certo.
As dificuldades para erguer o Rock in Rio não pararam por aí. Obstáculos físicos também impediam a realização do festival. Foram necessários 77 mil caminhões de terra para aterrar o terreno da Ilha Pura, cujo solo teria de subir 1,5m para ter condições de realizar o evento. Dificuldades políticas também ocorreram: em 1985, o governador Leonel Brizola queria vetar a realização do evento, só porque a Artplan, agência de Roberto Medina, havia produzido a campanha política de Moreira Franco para o governo do Estado em 1982. Não fosse a intervenção de Tancredo Neves, que ligou pessoalmente para Brizola, praticamente impondo a realização do Rock in Rio, o festival não teria acontecido.
Bandas que cancelaram suas apresentações na última hora, como o The Pretenders, o Def Leppard e o Men at Work, também puseram à prova o sucesso do primeiro Rock in Rio. Falta de verbas - Medina teve de alienar o prédio da Artplan, sua agência, para fechar contratos. Pouco interesse inicial pela venda de ingressos para o festival (o ingresso custava oito dólares o dia) foi outra barreira a ser vencida. Justamente a pouca tradição do Brasil em sediar eventos desse porte foi o motivo para tantas suspeitas de que fosse realmente dar certo.
PS: Hoje, o Brasil é destino obrigatório das turnês dos grandes astros internacionais do rock e do pop. Praticamente a cada semana, temos um artista estrangeiro de expressão se apresentando em nossas maiores capitais. Vinte e seis anos atrás, porém, o panorama era bem diferente: em sua maioria, os rockstars só vinham aos trópicos a turismo. Assisti-los ao vivo, no palco, só no exterior.
O Rock in Rio veio para revolucionar essa realidade. A história da edição inaugural, de 1985, juntamente com a das subsequentes realizadas no Brasil, em 1991 e 2001, é o objeto de estudo investigado com lupa por Luiz Felipe Carneiro emRock in Rio – A história do maior festival de música do mundo. O autor pesquisou mais de 2 mil artigos e entrevistou os principais organizadores do festival (incluindo Roberto Medina, o "pai" do evento), além de dezenas de artistas e jornalistas, em busca dos mais marcantes e inusitados episódios de cada edição. O saboroso recheio do livro, ilustrado com mais de 200 fotos, é composto de passagens antológicas testemunhadas dentro e, sobretudo, fora do palco.
Recontados na narrativa fluida de Carneiro, esses e muitos outros casos ajudam a entender os contextos em que foram realizados os megaeventos e, de certa forma, resgatam a trajetória de desenvolvimento da própria indústria nacional do show-biz. Para quem foi ao Rock in Rio, o livro aquece a memória. Para quem nunca foi, mas ouviu lendárias histórias a respeito, o livro traz uma compilação das melhores delas.
O Rock in Rio veio para revolucionar essa realidade. A história da edição inaugural, de 1985, juntamente com a das subsequentes realizadas no Brasil, em 1991 e 2001, é o objeto de estudo investigado com lupa por Luiz Felipe Carneiro emRock in Rio – A história do maior festival de música do mundo. O autor pesquisou mais de 2 mil artigos e entrevistou os principais organizadores do festival (incluindo Roberto Medina, o "pai" do evento), além de dezenas de artistas e jornalistas, em busca dos mais marcantes e inusitados episódios de cada edição. O saboroso recheio do livro, ilustrado com mais de 200 fotos, é composto de passagens antológicas testemunhadas dentro e, sobretudo, fora do palco.
Recontados na narrativa fluida de Carneiro, esses e muitos outros casos ajudam a entender os contextos em que foram realizados os megaeventos e, de certa forma, resgatam a trajetória de desenvolvimento da própria indústria nacional do show-biz. Para quem foi ao Rock in Rio, o livro aquece a memória. Para quem nunca foi, mas ouviu lendárias histórias a respeito, o livro traz uma compilação das melhores delas.
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