Marcelo Guido: Jornalista Formado pela católica de Brasília. Professor. Inconformado com muitos e compreendido por poucos. Observador do mundo cotidiano e com opinião (nem sempre abalizada), estudioso de musica, literatura marginal,quadrinhos de horror, e cinema (com paixão por filmes tipo B) tentando ser um bom pai pra Lanna e um bom marido pra Marina.
terça-feira, 20 de setembro de 2011
LOMBRA EM BAIXO DA ÁGUA
TRAFICANTES USAM SUBMARINO PARA TRASPORTAR DROGAS.
Reinventar-se ou morrer. É a máxima que rege o negócio do narcotráfico na Colômbia, sobretudo quando se fala do transporte da droga. A Marinha Nacional passou a encontrar no mar de pequenas lanchas, rudimentares mas muito rápidas, a autênticas naves submersíveis em fibra de vidro e com autonomia de navegação até o México.
“As primeiras embarcações autônomas para o narcotráfico que encontramos, as lanchas ‘gofast’ (chamadas assim por sua rapidez), eram pequenas, com dois motores”, conta à Agência Efe o almirante Álvaro Echandía, comandante da marinha colombiana.
Depois “foram evoluindo” até ter três, quatro e cinco motores. “Houve um tempo em que usavam motores internos, mas não lhes deram resultado porque no mar qualquer problema deixava a lancha fora de serviço, à deriva”, resume.
Muitas destas embarcações, segundo informação proporcionada por capturados ou náufragos, “se perdiam” e não eram adequadas para travessias em alto-mar.
Tinham que idealizar algo e começaram tapando a cobertura com fibra de vidro, para torná-la mais segura e protegê-la das ondas. Assim, a droga, geralmente coberta com plástico ou látex, também não se molhava.
Da lancha ao submersível
Echandía explica que a evolução continuou com os motores que passaram a ser a diesel para evitar a irradiação de calor, mas as torna mais fáceis de detectar do ar por infravermelhos. “Mudaram a velocidade por causa da discrição”. Já eram semissubmersíveis, com uma pequena casinha para o piloto.
O primeiro aparelho deste tipo a Marinha encontrou em 1993 perto da ilha de Providencia, no Caribe. Tinha capacidade para transportar uma tonelada de droga e “muito chumbo” para poder submergir.
“Já não utilizam chumbo, mas usam como lastro a própria cocaína”, revela o almirante, detalhando que a Marinha confiscou 60 semissubmersíveis desde 1993. No dia 13 de fevereiro, um achado perto da desembocadura do rio Saijá, no departamento do Cauca (sudoeste), surpreendeu as autoridades.
Era um autêntico submarino com periscópio e radar, capaz de submergir-se completamente e navegar até a nove metros de profundidade, com uma capacidade de carga de oito toneladas de droga e uma autonomia de navegação da Colômbia até o México.
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